Moradores de comunidades e assentamentos de 14 localidades cearenses estão conectados com o mundo através das ondas da web. Nestas localidades estão funcionando as Casas Digitais, um espaço público, gratuito de gestão comunitária e voluntária que utiliza a ferramenta de inclusão digital para estudo, pesquisa e construção de projetos em benefício das comunidades do campo.
Como a falta de oportunidade de conhecimento e de horizonte para a juventude coloca em questão a permanência dos jovens na zona rural, a Casa Digital funciona também como ambiente de troca e intercâmbio de aprendizagem, crescimento, convivência cotidiano e virtual, tendo em vista que o projeto mobiliza os agricultores, familiares e professores para serem protagonistas e gestores do desenvolvimento das suas comunidades.                 
Casas Digitais é um projeto desenvolvido pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA) e do  Ministério do Desenvolvimento Agrário  (MDA), através de um acordo de cooperação técnica que  teve início em 2009. A SDA buscou a realização deste projeto através do Programa Territórios Digitais, lançado em 2008 pelo MDA, inseridos nos Territórios da Cidadania (Vales do Curu e do Aracatiaçu, Sertão Central, Cariri e Inhamus/Crateús, Sobral e Sertões de Canindé), que prevê que estes territórios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) recebam os principais programas do Governo Federal. O desafio é levar a todos do meio rural uma melhorar qualidade de vida.
Neste acordo, compete ao MDA a concessão dos equipamentos e mobília que compõem a Casa Digital do Campo: 10 Computadores (estações de trabalho), 01 servidor de informática, 01 impressora, 01 roteador wireless, 10 estabilizadores, 01 projetor multimídia (data show), 21 cadeiras multiuso, 11 mesas para computador, 01 mesa para impressora, 01 mesa para gestor, 01 armário baixo e 01 ponto de Internet de alta velocidade em banda larga. A contrapartida da SDA é a  realização do Curso de Gestores Comunitários Voluntários e Multiplicadores das Casas Digitais capacitando 40 moradores divididos em duas turmas de vinte vagas cada no turno ( tarde e noite).

Os Critérios Técnicos que o MDA utiliza para seleção das localidades das Casas Digitais são: comunidades localizadas em Território da Cidadania, na zona rural, possuir energia elétrica, estar organizada socialmente, possuir CNPJ, estar próxima de escola ou ser desenvolvido na comunidade atividade de educação do campo e/ou a existência de atividades em funcionamento local na área da Educação e ser indicado pelo colegiado dos territórios da cidadania. A comunidade possui também o papel de realizadora, pois ela é responsável pela gestão comunitária autônoma e a sustentabilidades da Casa Digital. Compete ainda oferecer um espaço público de funcionamento da Casa Digital que deve ter entrada independente de outras instituições; reforma e instalação elétrica do prédio; composição um grupo de 40 candidatos a gestores comunitários/multiplicadores voluntários para manter o horário de funcionamento da mesma em regime de escala de 4h semanal de trabalho voluntário e repasse gratuito do conhecimento adquirido no Curso de Gestor Comunitário para novos moradores; segurança, limpeza e manutenção dos equipamentos e pagamento a energia elétrica.
O instituto Agropolos do Ceará (IAC) é o executor do projeto e os principais parceiros são:  Secretaria de Desenvolvimento Territorial / Territórios da Cidadania, Núcleo de Estudos Agrário e Desenvolvimento Rural (NEAD), Ministério da Comunicação/Governo Eletrônico a Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e Instituto Nordeste e Cidadania (INEC), Prefeituras Municipais e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE).